sexta-feira, 19 de maio de 2017

PENSAMENTOS

"Vive como se morresses hoje, Sonha como se vivesses para sempre" - James Dean

INVOCO-TE


"Invoco-te para preencher o vazio das noites em que a solidão morde o meu corpo magoado. E deito-me, inventando-te, no espaço preciso da tua ausência."

Tito Lívio

quarta-feira, 17 de maio de 2017

PENSAMENTOS

As estrelas são os poetas que fazem descer até nós versos de luz. Nos dias tristes, depressivos, os versos perdem-se nos negros e cinzentos. E eu sem poesia perco-me nos labirintos da angústia. - Augusto Gil

terça-feira, 16 de maio de 2017

A VOZ DAS PALAVRAS - O BLOGUE DA VIDA

Já me perdi no tempo desde as minhas primeiras linhas neste blog. Nesse dia, com o coração cheio de dúvidas fiz o que não costumo fazer: arrisquei. Não sabia se o fazia para minha auto-satisfação ou para dirigir-me aos outros da maneira que melhor sei, p'las palavras que escrevo. Não sabia quantos dias iria resistir até que o desapontamento dos primeiros revezes me vencesse, como não sabia também se conseguiria responder ao tempo que um blog consome na sua criação. Hoje subsisto repleto de dúvidas porque descobri que a nossa ignorância é sempre proporcional à nossa sabedoria. Quanto mais aprendemos mais nos damos conta do muito pouco que sabemos. Alguém disse um dia "só sei que nada sei", e no pouco que sabia era um sábio. Passado todo este tempo aprendi que um blog é muito mais que um monólogo inconsequente em que UM fala o que quer e lhe apetece na certeza de que ninguém o ouve. Nada mais errado. AQUI até as paredes têm ouvidos. Aprendi também que o desenvolvimento da nossa civilização como hoje a conhecemos terá sido similar à elaboração e manutenção de um blog, pois que, por mais que façamos nunca estaremos satisfeitos com os resultados obtidos e como tal não nos daremos nunca por saciados, procurando sempre mais e mais. Mas ao tempo que eu chegava a estas conclusões, outras questões "martelavam" o meu cérebro: Será certo perder tempo com os nossos sonhos indivíduais, mesmo quando esses sonhos nos parecem tão sem importância? É bem possível que, com algum trabalho consigamos agradar aos outros um, dois, três dias numa semana, mas nunca todos os dias. Aí esmoreço, porque se não captar a atenção de quem me lê, todo o meu esforço será em vão. É difiícil agradar a gregos e troianos e mantermo-nos ainda assim fiéis aos nossos princípios, sem necessidade de vendermos a alma ao Diabo. A verdade é que o nosso maior desejo é mesmo agarrar a expectativa de um indeterminado número de gente e se possível extrapolá-lo vezes sem conta, porque um blog, como qualquer bom segredo ou acção que façamos só valerá a pena quando o fizermos chegar aos olhos e ouvidos de quem possa dar-nos o mérito de que intimamente nos julgamos credores. E como segurar esse público? Deturpando as bases do nosso empreendimento, desvirtuando a sua identidade a troco de um pouco de atenção, dos nossos "quinze minutos" de fama. Não vamos dar-lhes só poemas, só humor, só polémica ou sexo, mas um pouco de tudo e algo mais que se possa inventar. Transformamos então a nossa "sopa de pedra" numa amálgama de condímentos em que a pedra deixou de ser fundamental. É essa a minha dúvida mais premente, se devo ou não mudar o curso inicialmente tomado apenas para agradar aos outros ou, pelo contrário, arriscar-me a um isolamento precoce em que acabamos falando para as paredes. E não é de blogs que vos falo hoje, aqui, mas da vida e das decisões que todos teremos, um dia, de tomar.

PÉROLAS A PORCOS


Dá Deus nozes a quem não tem dentes, o governo aumentos p'ra quem tem fome, pensões de miséria para os velhos e doentes, sadismo de quem pode e manda; Basta! Cessem todas as diferenças sociais, toda a lógica mais ilógica, todos os sonhos mais proíbidos. "Não faças isto! Nem penses naquilo! Não toques nisso!", basta de fodas mentais e outras que tais! Há quem morra sem saber, há quem viva sem poder, quem sofra pelo que não tem, pelo que um dia não virá a ser... Feliz! Pôs-te alguém na minha vida, na de quem nunca vais sequer pensar, quanto mais amar amor como eu te amo, tu e eu, pérolas a porcos, dívina previdência de um Deus ateu; Eu aqui, tu nem vês, tão pouco, tão certo, ter-te perto e como louco pregar no deserto.

PENSAMENTOS


"que difícil que é a vida dos Homens, pensou ela. Eles não têm asas para voar por cima das coisas más." - Sophia de Mello Breyner Andersen in A Fada Oriana.

PENSAMENTOS

"Mais importante do que estar vivo é ser humano", do filme 1984

QUE BOM SERIA

Tenho andado triste nos últimos dias, eu, que só por si já tenho tendência para ir-me abaixo com facilidade. Apetecia-me que a vida fosse como um interruptor, que pudessemos desligá-la sempre que isso nos conviesse. Só que o senso comum diz-me que devo manter-me sóbrio, distante, de modo a que os outros não colidam entre si, provocando faíscas cujas chamas seriam difíceis de apagar. Devo ser subserviente e dar a outra face, porque a razão assim o diz, porque não quero ver os outros magoados. Os outros...  Aqueles que raramente ou nunca pensam em nós, que não se ralam, não querem nem saber, mas que estão sempre lá para se aproveitarem ou para te apontarem o dedo quando ages mal. Que bom seria se pudessemos agir irracionalmente, sermos mais emotivos e menos frios, pensarmos mais em nós. A vida é tão curta. Que bom seria se pudessemos saír por aí, agir sem pensar, beijar porque apetece beijar, abraçar porque estamos contentes, sorrir, rir às gargalhadas sem vergonha, viver sem termos medo das consequências. Que boa seria viver como se não houvesse um amanhã.

PENSAMENTOS

"O Homem é uma doença de pele da Terra" - Nietzsche

ANJOS E DEMÓNIOS

"A natureza encarregou-se de transformar as mulheres em nossas escravas. Elas são propriedade nossa." - Napoleão

EM TI


Em ti, após a travessia do deserto, viajante solitário, descansei meu corpo cansado, porto talvez seguro de meus navios. No teu mar lancei minha âncora e as mãos acariciaram de mansinho os teus cabelos, ondas de um oceano revolto rebentando na praia em que me encontraste, concha escondida na areia.


Tito Lívio

ANTI-NATURA

Hoje acordei com vontade de descarregar toda a minha raiva silenciosa sob a forma de palavras. Desabafar sobre mãos atadas, sonhos desfeitos e uma agressividade crescente como nunca senti por ninguém antes. Senti vontade de descrever a impotência de ver o mundo a desabar à minha volta e eu sem nada poder fazer, sob o risco de sucumbir com ele. Hoje desejei que o meu blog não fosse visto por ninguém, como se fosse um "sexta-feira" e eu Robison Crusué, numa ilha perdida da civilização. Que ideia! Um blog para mais ninguém ver é anti-natura, vai contra os ideais de quem concebe um blog. E eu, que tantas vezes me tenho queixado da falta de participação dos poucos que me visitam, queria agora fechar a porta, por momentos, e colocar o aviso "Não incomodar!". É que por muito que a escrita me atraia e distraia, nunca escrevemos para nós mesmos. Somos censores daquilo que escrevemos, pelo medo de nos "desnudarmos" em demasia aos olhos daqueles a quem queremos cativar, o que é, só por si também, anti-natura. Ontem alguém me disse que não lhe cativa a ideia de um blog, porque a melhor e mais eficaz forma de comunicar algo seja a quem for é cara a cara. Assino por baixo, apesar de nunca ter sido fiel seguidor dessa doutrina, preferindo - erradamente - calar, guardar, sufocar-me por dentro, entupido em palavras mudas, que apenas saíam de vez em quando para mancharem a alva virgindade de resmas e resmas de folhas A4. HÁ pessoas assim, que com medo de magoarem, sacríficam-se a ver a vida esfumar-se através de uma janela fechada, combatendo guerras internas que deflagram por dentro de nós e ninguém mais as vê, caixas vazias esfomeadas de tudo, de quase nada, de qualquer coisa que justifique o simples facto de viver,pessoas que se resguardam em torno de si mesmas pretendendo assim evitar a dor e o sofrimento, como casulos, onde a vida não consegue entrar.

SAUDADE


Porque a ausência não é o bastante para que nos esqueçamos daqueles que amamos, e embora seja cada vez mais difícil conservar pequenos detalhes, conversas ou traços fisícos, trejeitos com que a memória me atraiçoa, nunca deixarei de recordar aquilo que realmente importa, toda a preocupação com a educação e com os valores fundamentais que sempre procuraste incutir-nos, a diferença entre o certo e o errado que mais cedo ou mais tarde acabamos por distorcer, mediante os nossos interesses, mas sobretudo, e principalmente, todo o amor que sentias - mesmo que por vezes não encontrasses a melhor forma de exprimi-lo. Talvez por ser uma particularidade tão caracteristica de um dos lados da família, essa dificuldade inata de soltar os sentimentos em sons, palavras, risos e lágrimas. Talvez por isso nunca tenhamos tido uma oportunidade de "gritar" tudo o que no fundo nos unia, receios e esperanças, mais beijos e abraços, palavras, medos, agradecimentos, mais amor. Sinto uma eterna e infindável saudade de todos esses momentos que tendo a esquecer pouco a pouco, mas que deixam um vazio imenso que não deixa "apagar" a falta que tu me fazes, e que se faz sentir com maior intensidade em dias como hoje. Porque será que deixamos sempre passar os momentos? Porque será que nos custa tanto abrir a boca e dizer: "Amo-te"?

ANJOS E DEMÓNIOS


"Os homens distinguem-se pelo que fazem, as mulheres pelo que levam os homens a fazer."
Carlos Drummond, escritor brasileiro

PRECE


Até que ponto pode um corpo suportar tanta dor? Quantos dias poderemos suportar quase sem comer, quase sem dormir, alimentando-nos quase e só de gemidos intensos e preces sem resposta? Como aceitar a ideia de um Deus todo poderoso e misericordioso, se tanto o corpo como a alma são castigados sem justificação até aos limites do suportável, como uma coroa de espinhos cravada na nossa pele para expiação dos pecados dos outros? Senhor, se porventura Existes, tende misericórdia daqueles que sofrem!

sexta-feira, 12 de maio de 2017

O AMOR É FODIDO

"Por que é que fodemos o amor? Porque não resistimos. É do mal que nos faz. Parece estar mesmo a pedir. De resto, ninguém suporta viver um amor que não esteja pelo menos parcialmente fodido. Tem que haver escombros. Tem de haver esperança. Tem de haver progresso para pior e desejo de regresso a um tempo mais feliz. Um amor só um bocado fodido pode ser a coisa mais bonita deste mundo".

Miguel Esteves Cardoso - "O Amor é Fodido"

INDEPENDÊNCIA

Senta-te ao Sol, abdica e sê Rei de ti próprio!

PENSAMENTOS


"O prazer que o meu corpo conhece é o que aprendeu no teu"
em Fica Comigo Esta Noite, de Inês Pedrosa

PENSAMENTOS


"O amor sem desejo é uma ilusão, não existe na natureza"

Lenclos, Ninon

ALTRUÍSMO OU EGOÍSMO?


O amor é um sentimento altruísta, capaz de abdicar da própria felicidade em prol da felicidade da outra pessoa ou egoísta, existindo apenas com base na realização dos nossos sonhos e desejos mais íntimos? Sente-se como o herói ou heroína dos romances literários capaz de vencer os seus próprios medos ou dragões, de dizer à pessoa amada que a deseja feliz, mesmo que nos braços de outrém ou prefere mantê-la junto a si, porque quer ser amado por ela, dizendo para si mesmo que o Tempo acabará por resolver todas as divergências entre vós? Seria capaz de morrer ou matar por amor? E até que ponto qualquer uma dessas atitudes revela mais altruísmo ou egoísmo em si? Se ninguém poderá dizer que viveu se não tiver amado, valerá a pena viver se o amor em si é capaz de provocar mais sofrimento e dor que qualquer outro sentimento ou acção provocada pelo Homem ou pela Natureza?

PENSAMENTOS

"que adianta ser rico, usar roupas caras e de marca, se o melhor da vida... fazemos-lo todos nus..."

CUIDADO COM AS APARÊNCIAS



Patricia Araujo, Brasil


Erika Carrilho, Portugal

Bianca Freire, Brasil
Não, não são mulheres, apesar das aparências, da beleza e dos contornos avaliados ao gosto de cada um. Não são mulheres, pelo menos não nasceram mulheres. Não me interessa ainda como ganham a vida, porque para mim é indiferente se somos doutores, engenheiros ou se andamos a limpar escadas, ou a prostituirmo-nos. Não são mulheres ou talvez sejam. Será que somos aquilo que parecemos ou temos a capacidade de evoluir/mudar sengundo as nossas crenças, aprendizagem e sentimentos? Existe tanto animal que tem pénis e vagina e que me recuso a chamar de humanos. Diferenças, respeito, racismo, tantas palavras que me tomam de assalto agora como noutros posts que aqui tenho colocado, questões morais que persistem em dar-me volta às entranhas, tão pouco evoluíram algumas pessoas desde o tempo das cavernas. Se todos gostassemos do mesmo... Hoje quero ser amarelo, porque quero ser diferente, pensar por mim mesmo, ter os meus sonhos, acertar, errar, cair e levantar-me, mas ser eu, sem conotações de sexo, cor, religião, seja do que for. Não, não são mulheres, mas por dentro, nos seus sentimentos, são tão humanos como eu ou tu.

PENSAMENTOS



"Se não fosse pelo casamento,

os homens viveriam pensando que eles nunca erram"

SOL E LUA

Mas porque insistimos nós em ser Sol e Lua, dia e noite, suspensos num amanhã que sabemos bem nunca irá chegar?

A VOZ DAS PALAVRAS - CARTA ABERTA A DOM JOSÉ POLICARPO

Casar com um muçulmano "é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam". Esta frase foi dita alguns anos atrás por D.José Polícarpo, antigo Cardeal de Lisboa durante uma tertúlia, no Casino da Figueira da Foz. "Cautela com os amores. Pensem duas vezes antes de casarem com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meterem-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam".
Caro D.José Policarpo, pensei que as mentalidades de algumas das mais proeminentes figuras da igreja católica tivessem aproveitado a boleia do Papa Francisco e evoluído nas últimas décadas, não obstante os arrufos já habituais sempre que algo ou alguém coloca em causa os frágeis alicerces que baseiam as vossas verdades irrefutáveis, suporte príncipal de toda a vossa doutrina milenar. Não sou muçulmano. Não concordando com muitos dos seus ideais e fundamentalismos exacerbados, nada me move contra a comunidade muçulmana - onde tenho alguns conhecidos e amigos -, o mesmo se passando em relação a qualquer outra religião. Para mim somos todos iguais, sem azuis claros e azuis escuros. Não concebo, no entanto, verdades absolutas intransigentes a qualquer dúvida razoável, pessoas para quem não estar do seu lado é estar contra. Não aceito ainda que, seja que religião for, proíba os padres de se casarem, como se a manifestação de um sentimento tão belo entre duas pessoas pudesse castrá-las das suas capacidades religiosas. Mas não, não houve evolução, porque a evolução implica mudanças e as paredes do Vaticano são frágeis. Tão frágeis que até Alá volta a ser temido, como antes os seus seguidores foram perseguidos e eliminados durante as Cruzadas, em nome do Cristianismo. Já devíamos ter aprendido com os erros, desde que, bem mais recentemente, também se perseguiram e chacinaram inocentes em nome de uma raça pura. Quando é que vamos saber conviver com as diferenças culturais, raciais, seja de que forma essas diferenças se manifestem? As suas palavras, senhor Cardeal, demonstram uma xenofobia que eu acreditava já banida de certos sectores da nossa sociedade dita moderna e evoluída. Pelo menos, não esperava que ela fosse manifestada de forma pública, apesar de acreditar que muita gente pensa como vossa excelência, embora sem o manifestarem. Acredite, porque, como o disse anteriormente, conheço alguns muçulmanos: nem todos andam por aí carregados de explosivos, prontos a detonarem-se a si e aos outros em nome de um Deus desconhecido; nem todos são fanáticos ao ponto de exporem as suas vidas e de familiares só porque quem manda o ordena. A maior parte, assim como nós, são boas pessoas preocupadas apenas em sobreviver; vítimas inocentes, danos colaterais de um punhado de gente que não sabe viver sem guerras, mesmo que já não saibam porque lutam. As suas palavras não foram bem medidas, e acredito que não tenha querido dizer realmente o que disse, mas a verdade é que geraram preocupação, foram imprudentes ao mexerem com sentimentos profundos de patriotismo e de fé, tenha ela o nome ou a forma que lhe dermos - todos precisamos de algo a que nos agarrarmos nos momentos difíceis. Em Portugal chamamos Deus, em Inglaterra God, no mundo islâmico Allah, eu chamo Fé. O mundo actual está um caos, vive-se uma profunda crise de valores, especialmente morais. Não vamos alimentar a fogueira da descrença e da violência, vendo torres gémeas onde elas não existem.

PENSAMENTOS



" A maior covardia de um homem é despertar o amor de uma mulher sem ter a intenção de amá-la."

A VOZ DAS PALAVRAS - DIA DA MULHER


Claro que não vou especificar aqui todas as razões que tenho para ser contra um dia consagrado à mulher, já que corria o risco de ser mal-interpretado e, desde já, arriscar-me a passar a noite no sofá. Porque isto do sexo oposto tem muito que se lhe diga. Oposto, não fraco, já que se fossem os homens a engravidar e a terem de aguentar com a menstruação, há muito que a espécie humana estava extinta. Mais a sério, esta minha tomada de posição - que não é sinónimo de inveja, só porque as mulheres têm um dia para elas - já me valeu ser censurado num outro blogue, por exprimir a minha opinião. Será que as mulheres, que todos os dias "gritam" bem alto pela igualdade de direitos, não se aperceberam ainda da desigualdade que é terem um dia a elas dedicado? É, para mim, como se tivesse de haver uma ocasião especial para nos lembrarmos delas, como o Natal, os pais ou os avós. Nós, homens, não temos essas "frescuras". Todos os dias são Dia do Homem. Aliás, o Dia da Mulher tem um conotativo machista, como se a elas fosse concedida tão especial graça. Sim, vamos dar-vos um dia, pois então! Nesse dia poderão descansar que nós, homens, trataremos de tudo. Sim, um dia num ano, nada mais justo. Não terá sido certamente assim, mas bem poderia este dia ter sido gerado da cabeça de um homem, no intuito de, desconsiderando a condição feminina, subestimando a sua capacidade intelectual e desprezando os seus direitos de igualdade receber uma noite inesquecível somente em troca de um ramo de flores e um jantar à luz das velas. Mulheres, vocês valorizam-se tão pouco? E a partir da meia noite? Sim, é o regresso às panelas, às fraldas dos filhos, ao balde e à esfregona, em troca de quê? Suspirando para que o tempo passe mais depressa? Porque nos outros 364 dias, muitos desses homens que hoje se mostraram delicados, perfeitos cavalheiros, não vos trarão flores, não vos levarão a jantar fora. Porque para muitas das mulheres, esses dias, semanas, meses que faltam até ao próximo ano, apenas servirão para fazerem parte da estatística das mulheres vítimas de violência e de maus tratos familiares, que infelizmente ainda abundam neste país dito democrático e emancipado. Para mim, que respeito as mulheres, os velhos e as crianças, como seres humanos que são, o Dia da Mulher são todos os dias, não apenas um. E qualquer dia, qualquer motivo é bom para oferecer um agrado, um presente, um jantar mais especial. Será isso errado ou censurável?

quinta-feira, 11 de maio de 2017

LOVE IS...


uma forma eficaz de atrair sarilho

À ESPERA

Há quem graceje e ria a cada instante
enquanto eu penso em palavras que nunca digo,
há quem corra de encontro à vida
enquanto eu fico parado à espera
por alguém que nunca chega.

AMIZADES IMPOSSÍVEIS?


"A amizade com uma mulher é impossível. Há sempre a sombra do sexo." Estas palavras foram proferidas por Pedro Mexia, escritor e director interino da Cinemateca. Será que um homem não consegue conviver com uma mulher sem pensar em sexo, ou a mulher precisa de ser feia para que tal convivência desinteressada seja possível?

O TEU SORRISO

O meu sorriso é triste e cinzento como os últimos dias de um Outono agreste. Tem no amarelo dos dentes maltratados o sabor amargo da hipocrisia, de quem sorri para fazer vontade, para enganar a ausência. Mas tu... de cada vez que sorris fazes empalidecer a lua, envergonhas as estrelas, cujo calor e brilho não se comparam à luz que emana de um sorriso teu. Esse sorriso é uma ameaça à EDP. Para quê tantas luzes nas ruas, nas casas, quando um simples sorriso teu ilumina a mais sombria das noites, aquece o mais empedernido dos corações, como por magia. Não deixes nunca de sorrir, pois é ele que ilumina o meu caminho e me guia de cada vez que estou perdido.

A VOZ DAS PALAVRAS - O DIA EM QUE PERDEMOS O BLOGUE


Sabiam que um dia qualquer podiam acordar e o blogue que criaram e que tanto trabalho vos deu a manter pode já não ser vosso? Não, não se trata de qualquer espécie de virús ou do ataque de algum hacker, mas duma ameaça tão real e tão perigosa como aquelas. Pensei no assunto um destes dias e achei que a probabilidade de isso acontecer não era de todo descabída. Quantos de vós ainda se lembram do primeiro comentário, dos motivos que vos levaram a criar um blogue, dos primeiros passos pela blogosfera procurando com que alimentar este novo "amigo"? Numa grande parte dos casos começamos por escrever para nós mesmos em pequenos desabafos e depois, gradualmente vamos aumentando as expectativas, em relação ao número de visitantes e de comentários, ora porque é chato escrever sem que ninguém nos leia ora porque o vizinho do lado andou a gabar-se que tem quatro ou cinco visitas diárias, uma delas do Brasil e outro da China. Até esse momento, o grande dilema consistia em saber o que postar a seguir e com que regularidade, tendo a noção que muitas vezes a quantidade não anda a passo da qualidade, muito pelo contrário. Muitas postagens desviam a atenção que uma só teria e que assim corre o risco de passar quase despercebida apesar do trabalho e do cuidado que tivemos com ela. Outra das grandes questões torna-se em saber até que ponto devemos expor os nossos sentimentos mais íntimos e pessoais ou se, ao invés devemos guardar uma certa distância entre aquilo que somos e o que mostramos. É preciso uma grande segurança antes de confessar que enganaste a tua mulher ou que não gostas do colega A ou B por causa da roupa que ele veste. A outra questão mais premente prende-se com a linha de orientação, sobre um tema específico ou mais abrangente e variada. Os primeiros tempos são difíceis, parece que ninguém conhece o vosso blogue, apesar de estarem constantemente a mencionar o assunto, quase como por acaso, entre amigos ou colegas e vizinhos. Uma ou duas visitas, um comentário isolado como um telefonema por engano, é pouco, muito pouco para o vosso ego. Uma anedota, um comentário sobre actualidade, um assunto polémico e o blogue que começou pessoal, quase como uma piada, um desabafo do stress diário, começa a deixar de gatinhar, em busca dos primeiros passos, desafiando os seus limites, deixando-se envolver pelas potencialidades de um universo onde não existem fronteiras. Começa a fase da pesquisa, de como agradar e chegar o mais longe possível. O vizinho das primeiras caminhadas e dos únicos comentários recebidos sabe agora a pouco. As fotos são agora mais arrojadas, aplica-se a palavra "sexo" a cada duas frases ou então "Cristiano Ronaldo". Goste-se ou não do rapaz, o certo é que ele traz visitantes ao blogue. De seguida, e como se não bastasse, mudam-se as cores, poe-se música, não uma mas mais, que os gostos não são iguais. Às tantas misturamos Tony Carreira com Megadeth e Mariza com Vanessa Mae. O consequente aumento de visitantes e de comentários eleva a fasquia da responsabilidade a uma necessidade de agradar a todos, gregos e troianos. Quando nos damos conta, não é a nossa opinião que está expressa, não é a música brejeira mas que gostamos que se ouve e sentes-te um estranho em tua própria casa ou blogue. Deixa então de ser carne ou peixe e passa a ser um armário entulhado de coisas onde não consegues encontrar nada que te pertença. Não deixem que a ambição por valores fúteis esconda aquilo que são, os vossos sonhos e ideais. Este é o meu blogue, minhas paixões e frustrações, o que eu gosto e odeio, muito daquilo que sou, a alma despida quanto baste aos olhos de quem quer que por aqui passe. Uma boa semana para todos.

terça-feira, 9 de maio de 2017

A VOZ DAS PALAVRAS - A MULHER DO HOMEM DAS CAVERNAS

Não vou alongar-me nem dizer como já ouvi , que tendo as mulheres um dia que lhes é consagrado, em todos os outros são os homens que mandam. Mas será isso que realmente pensamos, partindo do princípio que o somos capazes de fazer sem a ajuda delas, ou aquilo que elas querem que a gente pense, sendo que na realidade todos os dias sem excepção são, afinal, delas, das nossas mulheres... e das mulheres dos outros. Existem vários estudos sobre o tempo que um homem dedica por dia a pensar numa mulher (é mais bonito do que dizer "em sexo", por isso digo "mulher", com mais - no caso dos poetas - ou menos roupa). Afinal, num mundo recheado de guerras, mergulhado em problemas socio-económicos e políticos, haverá melhor pensamento do que a esperança, o amor, a felicidade, a delicadeza e a pureza duma simples flor, a doçura de um olhar como um rio de águas calmas que nos embala o stress diário do nosso quotidiano? Tudo isso a mulher nos traz, está de tal forma implícito no seu lado feminino ou simplesmente na ideia como as vemos, a outra metade sem a qual nos completamos. Poderia neste texto realçar todas as grandes vitórias ao longo dos tempos sobre um machismo ignorante e exacerbado passado (imposto, muitas vezes à força) de geração em geração, mas não o faço, por respeito. Não pela sua maior ou menor importância, mas por correr o risco de ,também eu estar a oferecer às mulheres, nestas linhas, uma bolacha, uma só, tomando para mim o resto de um pacote imenso. Não se é pai por um dia, nem as crianças têm direitos um único dia por ano. Qualquer dia é bom para presentearmos a família, os amigos, até a Mulher. Homenagear a Mulher, os seus direitos, a sua relevância não pode nem deve nunca ser uma migalha, a tal última bolacha do pacote, quando até os pombos têm direito a mais que uma. Por trás de cada grande homem sempre esteve e estará uma grande mulher (e por trás desta a esposa dele e a sogra), por trás de cada poema haverá sempre uma musa, mesmo que em forma de Lua. Por isso, aqui, hoje, sem ser um dia específico para o efeito e quando ainda tanta comunicação entre os casais (maridos e mulheres, namorados, conhecidos e desconhecidos, pessoas) se baseia na violência física ou psicológica,  deixo a minha singela homenagem a todas as mães, filhas, amantes, companheiras, mulheres no geral e à minha em particular, com as sábias palavras de um homem também ele grande, Orson Welles: "Se não fossem as mulheres, o homem ainda estaria agachado em uma caverna, comendo carne crua. Nós só construímos a civilização com o fim de impressionar as nossas namoradas."

A VOZ DAS PALAVRAS - DIAS ESPECIAIS PARA O AMOR

Nunca fui de marcar dias para os afectos, de celebrar de maneira especial os dias consagrados pelo calendário, como se nos restantes 364 dias estivesse dispensado de o fazer. Dias de consumo, comerciais, como aquelas músicas que dizem não ter qualidade, mas que vendem, porque é nesse sentido que elas são produzidas. Assim, oferecer uma prenda ao pai a 19 de Março é quase como uma obrigação. Não importa se no resto do ano nem sequer o vá visitar, mas esquecer-me desse dia é uma desfeita só comparável a ir à igreja e não pagar o dízimo, porque estarei a ofender Deus, O Pai, a principal figura paterna na hierarquia daqueles que acreditam, que uma qualquer estranha reza, um simples acto de misticismo pode curar o vírus da sida ou as mais estranhas e incuráveis maleitas. Em pleno 2017 continuamos a ser influenciados por crenças, por charlatões, daqueles que antigamente andavam pelas feiras a venderem a banha da cobra - hoje baba de caracol, eficaz para todos os males -, por bruxas, por aparências, pela hipocrisia. Ergam, pais, os vossos fracos membros superiores aos céus, agradecendo pelo dia que lhes foi consagrado. Sorriam mesmo que através duma dentadura postiça, mesmo que por uma boca já estragada, que a parca reforma não deixa arranjar, sorriam... pelas frestas do olhar por norma triste e vencido, do carácter que ainda subsiste, último baluarte de uma época quase esquecida, em que o pai era a trave mestra da família, exemplo para os filhos, o sábio, mesmo que a inteligência se medisse pela experiência da vida e não dos livros. Abram as portas dos lares, de par em par, que hoje é dia de deixar entrar os filhos e os netos - constrangidos por terem sido forçados a largar as playstations. Vêm sorridentes, trazem beijos e presentes, alguns afectos, promessas de voltar e um relógio que não pára, desculpa para o tempo que não têm, porque duma visita de médico se trata. Compromissos inadiáveis, dizem, porque nada pode ficar para trás, só os pais. É então um beijo e adeus, regado com os desejos sempre sinceros de melhoras. Amo-te, pai, até para o ano!

Gostar dos pais não é obrigação. O meu pai não era o melhor dos pais, nem o mais perfeito dos homens, longe disso. Mas eu gostava dele mesmo assim, mesmo sem ser obrigado a fazê-lo, mesmo com todos os seus erros e imperfeições. Aprendi um dia que não é preciso sermos extremamente bons em alguma coisa para sermos os melhores, já que o erro é indissociável à própria condição humana. É difícil saber se em quaisquer outras circunstâncias teria sido uma pessoa diferente, para melhor ou para pior. Conjecturas que pela sua fiabilidade nem merecem grande ponderação. Longe de ser também perfeito, com a minha boa quota parte de erros, alguns dos quais relevantes no que hoje sou e no que poderia ter sido, tenho no entanto orgulho nos valores que me foram incutidos, na correcta distinção que faço entre o certo e o errado, nos sentimentos que foram em mim plantados e que têm vindo a ser regados ao longo dos anos, tentando mantê-los à margem de eventuais ervas daninhas. Não é fácil. Mais difícil seria se não tivesse tido um bom professor que sempre me chamou a atenção e repreendeu quando era caso disso, do tipo: "Faz o que eu digo, não faças o que eu faço!". Não é preciso ser perfeito para sabermos o que é o melhor para nós e para os nossos filhos, mas é importante que eles saibam a diferença entre o bom e o mau, o certo e o errado. Optar por um desses caminhos já é, depois, uma decisão nossa, porque ser pai não é dar-nos os peixes para nos alimentarmos, mas ensinar-nos a pescar. Por isso eu tenho uma profunda admiração pelo meu pai, por isso eu não fico à espera de nenhuma data em particular para me recordar dos bons momentos que passámos juntos nem da falta que ainda hoje me faz.

TOP 10 - SÉRIES ASIÁTICAS


 a love to kill
 cinderella's sister
 crazy for you
 friends
 if in love... like them
 last scandal
 my girlfriend is a gumiho
 romeo and juliet
 secret garden
the first shop of coffee prince
Sem grande surpresa, uma maioria sul-coreana, embora não tenha sido fácil a escolha, tendo deixado de fora por exemplo The Negotiator e Sassy Girl.

TOP 10 - FILMES BRASILEIROS

Confesso que sou admirador do bom cinema que se faz do outro lado do atlântico, pelos nossos "irmãos" brasileiros, já tendo visto um número considerável de filmes, o que me permite elaborar um top de dez dos melhores filmes que tive o prazer de assistir. Numa escolha dificílima ficaram de fora desta lista filmes como Sem Controle, Caixa Dois, O Casamento de Romeu e Julieta ou Sexo, Amor e Traição. Aqui fica a minha escolha:
 Orfeu
 Trair e Coçar é só Começar
 Se Eu Fosse Você 
 Tropa de Élite
 Jogo Subterrâneo
 Sonhos e Desejos
 Achados e Perdidos
 O Primo Basílio
 Inesquecível
 Se Eu Fosse Você 2

TOP 10 - FILMES ASIÁTICOS

 Muito muito muito difícil escolher apenas dez filmes asiáticos, tantos que "moram" entre os meus preferidos. Com uma predominância de filmes sul-coreanos, a exemplo das séries, a lista é a seguinte:
 Always
Windstruck
 
 Hear me
 A Moment to Remember
 A Millionaire´s First Love
 Tenshi No Koi
 Love Me  Not
 Lovers Vanished
 Heavenly Forest
Irmãos de Guerra