sexta-feira, 28 de julho de 2017

HÁ MAR E MAR, HÁ IR E VOLTAR EM THARISSA - 4ª PARTE

13 de Julho de 2014. 5º dia em terras helénicas consagrado a uma excursão à ilha do vulcão, nadar nas Hot Springs junto do mesmo e Pôr do Sol em Óia. A verdade é que não estávamos preparados para tudo o que nos foi dado a ver e sobretudo sentir e tudo por apenas 34 euros por pessoa. Conhecer o vulcão é um pouco restrito dado que pouco existe para ver excepto montes e montes de rocha vulcânica e longos e longos minutos a andar debaixo de um sol escaldante mas húmido, característico da Grécia. Novamente, é toda a vista até onde o olhar consegue alcançar que vale cada segundo do nosso tempo. A fusão de tons do azul do mar e do céu é algo indescritível. 

A grande aventura propriamente dita no que toca a emoções fortes tem início na despedida do vulcão e na paragem nas águas quentes em redor do mesmo para os turistas se puderem deliciar com umas braçadas e mergulhos. Para mim, que vou de uma ponta à outra em menos de um minuto - na banheira - estar ali e não ir à água era como ir a Roma e não ver o Papa. Insensato, fiz com que elementos da tripulação tivessem de ir resgatar-me num bote com o auxílio de uma bóia e também da minha esposa, depois de durante uns segundos que pareceram horas ter contemplado o fundo do mar. Refeitos do susto, o barco tomou o rumo de Tharissa e para quem não conhece nem ouviu sequer falar, descrever Tharissa é como estarmos no Portinho da Arrábida mas numa escala cem vezes mais atraente, moderna, virada para o bem estar de quem a visita. Com a câmara de filmar a precisar de ser carregada deixámo-la, a medo em cima de uma cadeira no piso inferior enquanto íamos ao primeiro andar almoçar desfrutando de uma vista magnífica. Quando terminámos, sem pressas, ainda lá estava, apesar da quantidade de pessoas que por lá tinha passado.


Montes de emoções e adrenalina mas o melhor ainda estava guardado.
#santorini #tharissa

quarta-feira, 19 de julho de 2017

REIS SEM TRONO - 3ª PARTE

 12 de Julho de 2017. 4º dia em Santorini dedicado a visitar Akrotiri, neste caso o velho castelo em ruínas mas com uma vista inigualável, pensávamos nós, porque a viagem ainda iria trazer muitas surpresas, muitas memórias. A parte da tarde foi reservada para um merecido descanso na piscina, após um almoço a lembrar A Dama e o Vagabundo.



domingo, 16 de julho de 2017

A VOZ DAS PALAVRAS - FÚRIA DE VIVER


"Jovens e nus frente ao mar, estão presentes em cada célula do seu corpo. Mas a vida que têm é demasiado para eles e não sabem que fazer dela. Emergem da água rutilantes e riem. Depois deitam-se na areia, gastam o dia e a noite a amar-se, a embebedar-se, a estoirar todo o prazer e forças que têm. E ficam ainda com vida por gastar. É desses sobejos já com bolor que terão de viver depois na velhice."

in Escrever, de Virgilio Ferreira


Crítico. Podem pensar que sou demasiado crítico, porque sou. Ou talvez apenas céptico. Não que seja perfeito, longe, quão longe me encontro eu desse patamar. Talvez seja por isso, consciente de cada uma das minhas imperfeições que reconheça mais facilmente os meus e os erros dos outros. Porque a vida é demasiado curta, o futuro é algo sério para ser levianamente encarado e o presente um bem tão precioso e efémero que não deve nem pode ser adiado ou simplesmente deixado para trás, nas incúrias de quem não sabe parar para degustar o sabor das cousas. A mais de meio caminho dessa estrada que separa a infância da velhice, preocupa-me cada vez mais a maneira como passo os meus dias, reflicto no que fiz, no que posso ainda fazer, no tempo que tenho. Já não vejo a vida numa perspectiva de quantidade mas mais de qualidade, por isso não preciso de correr atrás de um mundo inteiro de coisas por descobrir, de experiências novas. Pouco pode significar quanto baste, desde que não me contente com metades e usufrua ao máximo daquilo que as minhas mãos ainda conseguem alcançar. Correndo, posso perder muito mais do que a lebre da história da tartaruga, posso perder os pequenos mas maravilhosos detalhes, pequenas coisas a que raramente damos importância em tempo útil, sentimentos, emoções que só por vezes uma breve pausa e os olhos da alma conseguem vislumbrar. Vivi tempo demais no lado errado da janela para não saber hoje do que falo. Embebedar-se, ousar, arriscar, "viver" até cair para o lado, não equivale a qualidade de vida. De que me adianta uma experiência intensa se quando acordar não me lembrarei de nada? Não descubro onde está o herói, o corajoso, o sábio, que rouba dum supermercado o que não precisa, que consegue andar num transporte público sem pagar porque conseguiu enganar alguém, o que é transportado em ombros ao fim da noite, porque mal se consegue já aguentar de pé, quanto mais articular duas palavras seguidas. Vem-me à memória - entre tantos exemplos - a viagem de um grupo de estudantes, respeitáveis exemplares de uma geração pós-morangos, a das calças para baixo, fiéis seguidoras do desrespeito, para quem a distinção entre deveres e direitos está como a ficção para a realidade, extravasaram as fronteiras geográficas deste pequeno jardim e invadiram um hotel em Maiorca, onde, fazendo jus ao lema do pau que nasce torto jamais se endireita, depois de um início de viagem azíago, com a polícia a descobrir algumas substâncias ilícitas entre a comitiva, terminaram a viagem a ter de pagar os inúmeros estragos causados durante a estadia, que de permeio teve ainda um acidente fatal para um dos jovens. Acidente que não foi o suficiente para lhes fazer parar essa "fúria de viver" como se o tempo lhes fugisse e o tino não lhes alcançasse. Um pequeno exemplo, trágico como tantos outros que diariamente vemos diante de nós, de uma sociedade sem lei nem roque, onde a autoridade, da polícia, paterna, dos professores é pura demagogia, resquícios de um tempo distante nos ponteiros inflexiveis de uma vida raramente justa, muito menos fácil. E no entanto continuamos, insistimos em desperdiçá-la com quezílias, com atitudes insensatas e inconsequentes, esquecidos dos valores, de tudo o que é mais importante, a amizade, o amor, o respeito. Futuro? O futuro é hoje uma incógnita, uma equação indefinida dependente de factores inconstantes e imprevisiveis, em que tão depressa acredito como a seguir me assustam.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

SANTORINI 3 ANOS DEPOIS (2ª PARTE)

Dia 3º - 11 de Julho de 2017

 O terceiro dia foi consagrado à visita à capital, Fira, localizada na borda de um penhasco de 260 metros. Fira é algo de indescritível a exemplo do resto da ilha, um emaranhado de ruas estreitas mas difíceis de uma pessoa se perder, lojas, restaurantes e sobretudo uma vista de tirar a respiração. O comércio é quase todo gerido por estrangeiros - sobretudo do Leste - e aproveitámos, numa dessas ruas exíguas para tirar fotos vestidos a preceito dos tempos antigos. Mais uma vez o inglês foi uma ajuda quase indispensável na comunicação mas encontrámos outras pessoas a falar português com ou sem sotaque, como alguns brasileiros com quem aproveitámos para matar saudades da nossa língua materna. Pitoresco é a presença de vários burros onde os turistas podem andar, uma das principais atracções de Santorini no geral e Fira em particular. Dia consagrado à compra de lembranças a um preço muito em conta e a fotografias que não conseguem espelhar todas as sensações por nós vividas.
 







quarta-feira, 12 de julho de 2017

SANTORINI - 8 DIAS NUM SONHO EM TONS DE AZUL E BRANCO

DIAS 1 e 2
9 e 10 de Julho 2014

 Três anos decorridos, a viagem dos nossos sonhos continua ainda bem presente na minha memória e da minha esposa. Havia três, quatro hipóteses mas a ilha grega de Santorini foi uma escolha consensual e não muito demorada.Afinal, o pouco que já tinhamos visto nas revistas e na televisão sobre a ilha repleta de casas pintadas de azul e branco era mais do que suficiente para nos aguçar o desejo e a imaginação. 

AVIÕES E AEROPORTOS

Para quem nunca tinha andado de avião, o bulício dos aeroportos e dos check-in's, toda a excitação do baptismo de voo serviu para atenuar apenas ligeiramente o stress de horas e horas sentados no avião e de duas escalas, em Inglaterra e em Atenas, na Grécia, onde surpreendentemente nos foi permitido sair do aeroporto e respirar um pouco de ar puro. De negativo a sujidade nos wc's e as exíguas "gaiolas" para fumadores, tudo no aeroporto de Lisboa, onde os fumadores - não o meu caso - são autenticamente descriminados como se fossem criminosos.

exterior do aeroporto de Atenas

AKROTIRI e ADAMASTOS HOTEL
 A primeira imagem de Santorini chegou-nos auspiciosa com a visão do nascer do sol, ainda bastantes metros acima do solo. O aeroporto é tão pequeno que chega a parecer um exercício bastante improvável conseguir sem cair ao mar ou embater nos pequenos edifícios que o constituem. A viagem de táxi até Akrotiri com destino ao Hotel Adamastos não é longa, mas surpreende e desilude inicialmente quem esperava uma paisagem idílica junto à enorme falésia e às suas casinhas tão características. A paisagem é rural e o bulício das grandes zonas turísticas não chega até ali. É o problema das expectativas prévias que geralmente saem defraudadas. Afinal de contas, tinham-nos dado tudo o que pedíramos, um local sossegado perto das praias e a cerca de 20, 30 minutos de autocarro dos grandes centros como Fira ou Óia. O hotel é bastante rústico e acolhedor a começar pela família que o gere e que nos congratula com uma simpatia própria das gentes gregas. Kalimera ou Bom Dia era e foi a única palavra que conhecíamos mas fosse através dum inglês arcaico ou por linguagem gestual nunca houve barreiras que nos distanciassem de um povo que sabe como receber.

iogurte grego

o interior do Adamastos


 FAMILY TAVERN

 Depois de um primeiro dia extenuante gasto em viagens o segundo dia serviu para usufruirmos da piscina e conhecer um pouco de Akrotiri, com destaque para a procura de um local aprazível  para as nossas refeições. Depois de uma experiência um pouco atribulada ao almoço, o jantar já foi no belíssimo Family Tavern, com uma vista privilegiada aliada  a um ambiente peculiar e à simpatia dos donos, uma família a fazer lembrar os filmes gregos e italianos antigos.

uma sobremesa especial no final de cada refeição, oferta da casa.